terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Coisas minímas

Já estou para escrever sobre este assunto, mas não andava com muita paciência. Também queria usar as palavras certas, mas sinceramente, não tenho muito jeito para andar à procura de palavras indicadas do que me acontece... Então aqui vai...

Na semana passada, estava a chover minimamente, e eu tinha acordado muito mal-disposta, para além de atrasada para o trabalho. O resultado desta minha má disposição e do acordar sobressaltada foi simples: saí de casa mais desalinhada que o costume, e com cores não muito conjugáveis... (Parece que estou a ouvir o meu pai: "As coisas devem ser arrumadas de véspera, senão pode acontecer um desastre matinal"... Pelos vistos, eu devo gostar desse tipo de desastres! )
Mas enfim... Ao final da tarde, a caminho do tão desejado regresso a casa começa a chover, e quando digo chover é CHOVER MESMO; e por azar eu estava a sair do metro. Infelizmente, o caminho que faço ao sair do metro para a paragem dos autocarros não tem qualquer tipo de abrigo para as pessoas que, like myself, acham que o guarda-chuva é um acessório dispensável, mesmo quando chove a cântaros...
Que remédio tive eu, senão ficar à chuva à espera que o semáforo mudasse para a luz verde para que eu fizesse uma corridinha para o abrigo da paragem dos autocarros.
Quero novamente sublinhar que estava completamente desalinhada e tinha tido um dia para esquecer, logo também devia estar com uma cara de poucos amigos, que se agravou com o facto de estar a apanhar uma molha de todo o tamanho e o semáforo nunca mais mudar para verde...
O mais curioso é que mesmo assim uma rapariga com guarda-chuva chegou-se perto de mim e perguntou: "Não se quer abrigar aqui comigo?"

UAU!!! Podem dizer, não sei qual é o espanto!!!

Eu explico: eu não era a única pessoa que se encontrava ali sem guarda-chuva. Ela pôde escolher entre uma desalinhada com cara de poucos amigos e um Mr. fato da Zara (acho) com cheiro a 212 Men... Não sei qual foi a razão pela qual eu fui a feliz contemplada por não apanhar mais chuva e ficar abrigada até à paragem do autocarro, mas eu sei que diante deste cenário, muitas pessoas teriam escolhido o cheiroso do 212 Men...

São nestas pequenas e minímas coisas que conhecemos as pessoas. Acabei por não dizer muito obrigada; apenas disse obrigada (não é para perceber); mas espero um dia cruzar novamente com essa rapariga afim de agradecer convenientemente e, quiçá, retribuir-lhe o favor...

São estes pequenos gestos que me fazem acreditar que ainda existem pessoas genuínas...

1 comentário:

Hugo André disse...

Tive uma situação parecida ha pouco tempo... mas neste caso fui eu k ajudei alguem. Estava um idoso ás portas de uma farmácia fechada, a olhar com mta dificuldade para um quadro minusculo (!?) onde tinha a tabela das farmacias de serviço... E perguntei se precisava de ajuda. Ele ainda olhou para mim com mta desconfiança, devia estar com medo k o quisesse assaltar ou qualquer coisa assim. E mesmo sem ele dizer nada, fui lá e disse-lhe qual era a farmacia de serviço e indiquei-lhe mesmo o caminho... no final lá me esboçou um sorriso e agradeceu-me.... realmente as pessoas hj em dia parece que vivem num estado de medo e desconfiança...