Já estou para escrever sobre este assunto, mas não andava com muita paciência. Também queria usar as palavras certas, mas sinceramente, não tenho muito jeito para andar à procura de palavras indicadas do que me acontece... Então aqui vai...
Na semana passada, estava a chover minimamente, e eu tinha acordado muito mal-disposta, para além de atrasada para o trabalho. O resultado desta minha má disposição e do acordar sobressaltada foi simples: saí de casa mais desalinhada que o costume, e com cores não muito conjugáveis... (Parece que estou a ouvir o meu pai: "As coisas devem ser arrumadas de véspera, senão pode acontecer um desastre matinal"... Pelos vistos, eu devo gostar desse tipo de desastres! )
Mas enfim... Ao final da tarde, a caminho do tão desejado regresso a casa começa a chover, e quando digo chover é CHOVER MESMO; e por azar eu estava a sair do metro. Infelizmente, o caminho que faço ao sair do metro para a paragem dos autocarros não tem qualquer tipo de abrigo para as pessoas que, like myself, acham que o guarda-chuva é um acessório dispensável, mesmo quando chove a cântaros...
Que remédio tive eu, senão ficar à chuva à espera que o semáforo mudasse para a luz verde para que eu fizesse uma corridinha para o abrigo da paragem dos autocarros.
Quero novamente sublinhar que estava completamente desalinhada e tinha tido um dia para esquecer, logo também devia estar com uma cara de poucos amigos, que se agravou com o facto de estar a apanhar uma molha de todo o tamanho e o semáforo nunca mais mudar para verde...
O mais curioso é que mesmo assim uma rapariga com guarda-chuva chegou-se perto de mim e perguntou: "Não se quer abrigar aqui comigo?"
UAU!!! Podem dizer, não sei qual é o espanto!!!
Eu explico: eu não era a única pessoa que se encontrava ali sem guarda-chuva. Ela pôde escolher entre uma desalinhada com cara de poucos amigos e um Mr. fato da Zara (acho) com cheiro a 212 Men... Não sei qual foi a razão pela qual eu fui a feliz contemplada por não apanhar mais chuva e ficar abrigada até à paragem do autocarro, mas eu sei que diante deste cenário, muitas pessoas teriam escolhido o cheiroso do 212 Men...
São nestas pequenas e minímas coisas que conhecemos as pessoas. Acabei por não dizer muito obrigada; apenas disse obrigada (não é para perceber); mas espero um dia cruzar novamente com essa rapariga afim de agradecer convenientemente e, quiçá, retribuir-lhe o favor...
São estes pequenos gestos que me fazem acreditar que ainda existem pessoas genuínas...
1 comentário:
Tive uma situação parecida ha pouco tempo... mas neste caso fui eu k ajudei alguem. Estava um idoso ás portas de uma farmácia fechada, a olhar com mta dificuldade para um quadro minusculo (!?) onde tinha a tabela das farmacias de serviço... E perguntei se precisava de ajuda. Ele ainda olhou para mim com mta desconfiança, devia estar com medo k o quisesse assaltar ou qualquer coisa assim. E mesmo sem ele dizer nada, fui lá e disse-lhe qual era a farmacia de serviço e indiquei-lhe mesmo o caminho... no final lá me esboçou um sorriso e agradeceu-me.... realmente as pessoas hj em dia parece que vivem num estado de medo e desconfiança...
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